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As autoridades angolanas desmantelaram 25 centros de mineração de criptomoedas, entre Junho e Agosto deste ano, onde 60 cidadãos chineses validavam ilegalmente transacções de blockchain para gerar criptoactivos diversos.
Os dados são avançados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), destacando que, no período em análise, foram identificadas 45 usinas elétricas ilícitas, que foram confiscadas, juntamente com equipamentos de mineração e tecnologias de informação avaliado em mais de 37 milhões de dólares norte-americano.
De acordo com a Interpol, as acções enquadram-se na segunda fase da operação “Serengeti” que envolveu 19 países africanos, incluindo Angola. A primeira fase foi realizada de 2 de Setembro a 31 de Outubro de 2024 e resultou em 1.006 detenções bem como a recuperação de 192 milhões de dólares.
Operação “Serengeti 2.0”: dados gerais

Créditos: Interpol
Como esperado, os destaques da operação “Serengeti 2.0”, coordenada pela Interpol, são os números: foram detidos 1.209 criminosos cibernéticos, mais 203 do que na operação anterior onde foram feitas 1.006 detenções.
Ao todo, 11.432 redes de cibercrime foram desmanteladas, representando uma redução de 122.657 operações criminosas “desmontadas” em comparação às 134.089 redes desactivadas na operação anterior.
Apesar disso, o número de vítimas visadas por estas redes de cibercrime agora desactivadas é superior ao total de vítimas da operação anterior. Se na operação anterior 134.089 redes afectaram apenas 35.224 vítimas, na recente operação 11.432 afectaram até 87.858 vítimas, um aumento de 76.426 visados.
O dinheiro recuperado também é substancialmente maior do que o da operação anterior. Até 97 milhões de dólares foram recuperados na operação “Serengeti 2.0”, mais 53 milhões de dólares do que na operação anterior, cujo total cifrou-se em 43 milhões de dólares.
Esta foi também a operação com o maior número de empresas de cibersegurança envolvidas, sendo 9 ao todo, contra as 7 registadas na última operação. O que demonstra uma crescente colaboração entre as autoridades e essas empresas, onde se incluem a Trend Micro e a Kaspersky. O número de países envolvidos manteve-se em 19, incluindo Angola.
Ao Portal de T.I, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal, Manuel Halaiwa, destacou a importância da colaboração com a Interpol, salientando que além de dar visibilidade aos resultados do esforço empregue contra os crimes cibernéticos, a parceria permite partilhar a experiência das autoridade angolanas com outros órgãos congéneres em todo o mundo.
Além de Angola, participaram também desta operação Benim, Camarões, Chade, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gabão, Gana, Quénia, Ilhas Maurícias, Nigéria, Ruanda, Senegal, África do Sul, Ilhas Seicheles, Tanzânia, Reino Unido, Zâmbia e Zimbábue.