Em entrevista concedida nesta quarta-feira (19) ao Cointelegraph, a directora de pesquisa da empresa de inteligência de blockchain Chainalysis, Kimberly Grauer, abordou o actual quadro da segurança no mercado de criptomoedas, com realce às finanças descentralizadas (DeFi, na sigla inglesa) que, em apenas 19 dias deste mês, registaram uma perda de mais de 700 milhões de dólares em mais de 12 ataques cibernéticos diferentes. De acordo com a directora, a redução da quantidade de ataques através da melhoria da segurança cibernética “deve ser considerada uma prioridade para a indústria de criptomoedas”.
Considerando os dados acima avançados, Kimberly Grauer acredita que este ano o mercado pode registar um número maior de perdas de criptomoedas em decorrência de ataques cibernéticos, em comparação com o ano 2021. A grande maioria dos ataques registados até agora, sublinha, teve como alvo as DeFi, uma tendência que, segundo a directora, deve ser contida para que a fé no mercado se mantenha.
“Em 2021, percebemos que os ataques às DeFi tinham, de facto, começado a crescer e percebemos também que isso não pode continuar na indústria, porque as pessoas vão perder a fé em investir nas plataformas DeFi. E então previmos que isso, provavelmente, não duraria a médio prazo. Mas, a verdade é que estamos em Outubro de 2022 e estamos a assistir aos maiores números de ataques em um mês, o que significa que a tendência ainda não começou a decrescer”, disse.
Kimberly Grauer – directora de pesquisa da Chainalysis – Créditos: D.R
Relativamente ao potencial da segurança proporcionada pelas correctoras centralizadas em comparação com as descentralizadas, Kimberly Grauer referiu que contrariamente às correctoras centralizadas, que melhoraram a sua resiliência a ataques cibernéticos, os protocolos descentralizados provaram ser vulneráveis a estes actos devido, sobretudo, ao código-fonte aberto em que se baseiam. Uma conclusão que, aliás, já veio expressa no relatório de segurança da Chainalysis referente ao primeiro semestre deste ano.
“Qualquer um pode analisar esse código-fonte aberto e procurar vulnerabilidades de código que possam explorar”, disse a directora, observando, no entanto, que não acha que a vulnerabilidade a ataques seja um problema intrínseco das finanças descentralizadas, mas sim uma consequência do facto de não terem sido investidos recursos suficientes em segurança no nível do código. Pois, “há contratos (inteligentes) que provaram que podem manter-se seguros”, salientou.
A directora de pesquisa da Chainalysis acredita que com o investimento de recursos suficientes para tornar a segurança das DeFi “perfeita”, os protocolos descentralizados poderão atingir um nível de segurança superior a dos seus equivalentes centralizados.
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