China: ensino da IA será obrigatório nas escolas primárias a partir deste ano

China: ensino da IA será obrigatório nas escolas primárias a partir deste ano
Por: Carolina Ventura e Ferreira Manuel
O governo chinês anunciou que neste ano lectivo, que começa em Setembro, o ensino da Inteligência Artificial (IA) será obrigatório nas escolas primárias e secundárias da capital, Pequim. A medida insere-se num plano estratégico mais amplo para transformar a China numa potência global em tecnologia até 2030.
 
De acordo o Conselho de Estado da República Popular da China, todas as escolas deverão garantir pelo menos oito horas anuais de conteúdos dedicados à IA. Estes conteúdos poderão ser ministrados como disciplina autónoma ou integrados em áreas como matemática, ciências ou tecnologia. A proposta abrange alunos desde o ensino primário até ao ensino secundário.
 
“Os métodos de ensino variam de acordo com o estágio educacional: as escolas primárias se concentrarão em cursos experimentais para introduzir conceitos de IA; as escolas de ensino fundamental enfatizarão cursos cognitivos para ajudar os alunos a aplicar a IA na aprendizagem e na vida diária; e as escolas de ensino médio oferecerão cursos práticos para aprimorar a aplicação e a inovação da IA”, pode ler-se no informe divulgado pelo órgão administrativo supremo e executivo do governo central da China.
 
O programa curricular incluirá noções básicas de algoritmos, reconhecimento facial, robótica, aprendizagem automática e ética na utilização de tecnologias inteligentes. Além disso, os estudantes terão acesso a experiências práticas, com laboratórios equipados com ferramentas de simulação, kits de programação e pequenos robôs educativos.
 
Nos últimos anos, a disputa entre a China e os Estados Unidos no campo da tecnologia intensificou-se, principalmente em áreas como semicondutores, redes 5G e inteligência artificial. A iniciativa educacional de Pequim é, nesse contexto, uma resposta de longo prazo para garantir vantagem competitiva.
 
O gigante asiático tem experimentado um rápido crescimento da sua indústria de IA, como ficou evidente no início deste ano com o lançamento do chatbot DeepSeek pela startup com o mesmo nome, desequilibrando um mercado que até então era dominado por iniciativas de países Ocidentais. Mais recentemente, outra startup chinesa, de nome Monica, voltou a “chocar” o mercado ao lançar um agente autónomo de IA capaz de “pensar”, planear e executar tarefas de forma totalmente independente.
 
Ao preparar a sua população desde cedo para as questões de IA, a China aposta num capital humano que poderá ser decisivo nas próximas décadas.

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