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DNS em Angola: serviço regista grande dependência estrangeira

DNS em Angola: serviço regista grande dependência estrangeira

Um exame aprofundado aos dados de utilização de servidores DNS por parte de diversos Sistemas Autónomos (AS) em Angola revela uma dependência significativa de gigantes globais como Google Public DNS e Cloudflare por parte da maioria das operadoras.

No entanto, esta tendência geral esconde uma excepção de grande relevo: a Unitel, que opera a sua própria infra-estrutura de forma maioritária. Esta divergência coloca a soberania digital e a resiliência da infra-estrutura de Internet angolana sob um foco particular.

A dependência de serviços externos é evidente em várias redes de dimensão considerável. Por exemplo, o AS11259 (ANGOLATELECOM) recorre ao Google Public DNS para 90.8% da sua actividade, enquanto o AS328943 (AAS1-AS, Africell Angola) utiliza 65.4% do mesmo serviço. 

Contudo, a análise feita pelo Portal de T.I revela uma notável excepção a esta regra: a Unitel. O seu sistema autónomo (AS37119), que constitui a maior amostra do estudo com 30.808 endereços, mostra uma configuração radicalmente diferente. A esmagadora maioria (97.454%) da sua resolução de nomes de domínio é efectuada através dos seus próprios servidores DNS, demonstrando uma rara autonomia. Os serviços externos são utilizados de forma meramente residual, com o Google Public DNS a representar apenas 1.787% e a Cloudflare uns mínimos 0.427%.

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Apesar do caso da Unitel, a dependência do duópólio Google-Cloudflare mantém-se forte noutras operadoras. O AS329154 (NETSPACE) divide a sua dependência, utilizando 50% Cloudflare, e o AS329536 (ADTE1) recorre a este serviço para 84.4% do seu tráfego DNS. O AS37468 (ANGOLA-CABLES) apresenta um equilíbrio relativo, com 40% para o Google e 50% para o Cloudflare, demonstrando que, para a maioria, a escolha ainda se circunscreve a estes dois fornecedores externos.

A análise salta à vista pela quase total ausência de utilização de outros serviços DNS globais, como 114dns, skydns, alldns, dnspod, entre outros, que registam 0.000% em praticamente todos os casos analisados. Esta uniformidade sugere um ecossistema digital com pouca diversificação de fornecedores para um serviço crítico como é a resolução de nomes de domínio, tornando-o potencialmente vulnerável.

No extremo oposto, um conjunto significativo de Sistemas Autónomos, maioritariamente de menor escala (com amostras entre 1 a 6 endereços IP), apresenta zeros em todas as colunas de fornecedores DNS listados. Operadoras como a AS39676 (SONANGOL) ou a AS32717 (ASN-SNETANGOLA) figuram nesta categoria, indicando que ou utilizam serviços não listados na análise ou a sua configuração não foi captada pelos dados disponíveis

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