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O director geral do Instituto de Modernização Administrativa (IMA), Meick Afonso, reiterou o potencial da Agenda de Transição Digital da Administração Pública 2027, também conhecida como Agenda Governo.AO 27, para a modernização administrativa e a inclusão digital no país.
Meick Afonso, que falava hoje na sessão de abertura da 3.ª edição do Business and Breakfast, realizado pela revista Economia e Mercado, destacou que Angola já compreendeu que acções concretas na digitalização dos serviços públicos têm impactos directos na economia e na eficiência governamental.
O responsável recordou que vivemos numa era de mudanças sem precedentes, impulsionadas pela economia digital, com estudos a indicarem que a digitalização tem crescido 2,5 vezes mais rapidamente do que a economia tradicional, correspondendo actualmente a cerca de 15% do PIB global. Em África, prosseguiu, o impacto da digitalização é igualmente promissor: estima-se que poderá adicionar 180 mil milhões de dólares ao PIB do continente até 2025, segundo a International Finance Corporation.
Meick Afonso referiu, contudo, que apesar das oportunidades trazidas pela transformação digital, a burocracia continua a consumir uma parcela significativa do tempo e da produtividade de empresas e cidadãos. “Estudos mostram que empresas gastam, em média, 15% do seu tempo anual em tarefas administrativas e burocráticas”. Para os cidadãos, o tempo perdido em processos manuais equivale a dias inteiros que poderiam ser gastos em actividades mais produtivas.
“Angola reconheceu esses desafios e avançou com um processo de reforma administrativa, no âmbito da reforma do Estado, para reduzir a burocracia e modernizar os serviços públicos. Estas reformas visam simplificar procedimentos e promover um ambiente de negócios mais favorável, reduzindo custos e tempos para empresas e cidadãos”, disse.
No centro dessas reformas, disse, está a Agenda de Transição Digital da Administração Pública 2027, também conhecida como Agenda Governo.AO 27, composta por 218 projectos estratégicos estruturados em seis objectivos principais. Segundo o responsável, esta agenda, alinhada com o Pacto Digital Global recentemente aprovado pela ONU, reafirma o compromisso de Angola com a modernização administrativa e a inclusão digital.
Para Meick Afonso, a automação e a transformação digital podem trazer mudanças reais, tangíveis e impactantes. Neste quadro, sublinhou, “Angola está a construir este futuro, um futuro que coloca o cidadão no centro e utiliza a tecnologia para reduzir barreiras, criar eficiência e fomentar a prosperidade”.