O recente relatório da The United Nations Global Geospatial Information Management for Africa apurou que o ano de 2025 tem sido um marco para a indústria geoespacial no continente, um sector estratégico que está a transformar a forma como se planeiam cidades, gerem empresas e prestam serviços essenciais.
De acordo com o referido relatório, a adopção de inteligência de localização está a crescer, projectando-se que o mercado atinja os 100 mil milhões de dólares até 2030.
Contudo, o relatório revela que este progresso não é linear e depara-se com obstáculos significativos. Entre os principais desafios contam-se lacunas na formação especializada, a sub-utilização das ferramentas por parte de muitas empresas e problemas de gestão, como dados desactualizados e políticas fragmentadas, que dificultam a implementação eficaz de soluções.
No capítulo das conquistas, destacam-se os avanços nacionais de países como os Camarões, Mali, Moçambique e Ruanda. Estas nações, segundo apurou o relatório, têm vindo a fortalecer as suas infra-estruturas de dados através do Quadro Integrado de Informações Geoespaciais, alinhando a informação espacial com os objectivos de desenvolvimento sustentável.
A inovação tecnológica surge como um motor crucial. “As tecnologias de Inteligência Artificial e os meios digitais estão a revolucionar o planeamento urbano, permitindo simular cenários de tráfego ou crescimento populacional antes destes se tornarem problemas reais”, refere o relatório.
O Estudo apontou o projecto Hatfield Digital Twin City, da Universidade de Pretória, como exemplo práticos desta tendência.
Nos serviços financeiros, o sector contribuiu para uma redução de 40% no risco bancário, enquanto no retalho aumentou o tráfego de clientes em 15%. A logística e a saúde são outros dos sectores beneficiados, com uma optimização na gestão de frotas e no acesso a clínicas