O Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB, na sigla em russo latinizado) informou ter identificado um largo esquema de espionagem cibernética envolvendo a Apple e os serviços de inteligência norte-americano, que visava infectar dispositivos iPhone, incluindo os pertencentes a militares russos e diplomatas de países estrangeiros em funções na Rússia.
De acordo com o FSB, as informações obtidas indicam uma estreita cooperação entre a Apple e os serviços de inteligência dos EUA, em particular a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).
“Durante a verificação da segurança da infra-estrutura de telecomunicações da Rússia, foram reveladas anomalias específicas a utilizadores de telefones celulares da Apple causadas por um malware até então desconhecido, que explora vulnerabilidades de software previstas pelo fabricante”, declarou o FSB em comunicado citado pela Sputnik na última semana.
Além dos dispositivos de utilizadores comuns e militares, o FSB afirma que também foram infectados chips registados em missões diplomáticas na Rússia, incluindo os de países da OTAN, ex-repúblicas soviéticas, Israel, Síria e China.
O Serviço Federal de Segurança vai mais longe e afirma que a Apple fornece às agências de inteligência dos EUA a possibilidade de monitorar qualquer pessoa de interesse da Casa Branca e dos seus próprios cidadãos. Portanto, refere, “a política de privacidade anunciada pela empresa não é verdadeira”.
A denúncia surge após a Kaspersky reportar, também na última semana, a detecção de um vírus “extremamente complexo” em telemóveis da Apple e que não requer nenhuma acção do utilizador para se instalar no dispositivo. Em reacção à descoberta, o CEO da Kaspersky criticou a Apple pela falta de transparência em relação a sua tecnologia e classificou a segurança do sistema iOS como “uma ilusão”.