Ferreira Manuel As criptomoedas constituem actualmente um assunto de grande interesse nos países em desenvolvimento como Angola, sobretudo para os mais jovens; muito por conta das suas características únicas e das soluções que muitas delas se propõem a resolver.
A busca pessoal pelo conhecimento, antes de qualquer passo em direcção ao mercado de criptomoedas, é uma das principais recomendações para os interessados na matéria. Assim, este artigo marca o início de uma série de artigos que vão procurar dar-lhe a conhecer o essencial sobre a economia digital no âmbito dos criptoactivos (criptomoedas, CBDCs, stablecoin, NFTs e outros).
Neste artigo, vamos abordar questões introdutórias como: o que são criptomoedas, como funcionam e como se caracterizam; contribuindo desta forma para a literacia sobre a emergente economia digital em Angola e em todo mundo.
Breves noções sobre criptomoedas e sua funcionalidade
Algumas das principais criptomoedas do mercado – Créditos: Isaac Zakar/Shutterstock
As criptomoedas compreendem-se como sendo um sistema de dinheiro digital e criptografado, cujo controlo sobre a verificação e a confirmação das transacções é descentralizado. Ou seja, não dependem de, por exemplo, um banco central para regular a sua funcionalidade, dependendo, ao invés disso, do consenso dos participantes da rede que move a criptomoeda. Elas existem exclusivamente na forma virtual, nunca física, constituindo por isso uma grande inovação para o sistema financeiro global.
As criptomoedas são assim chamadas pelo facto de basearem a sua segurança em códigos criptográficos. Sendo assim, ‘cripto’ refere-se à criptografia e ‘moeda’ à sua função monetária.
Ora, não tendo uma entidade central que as controla, as criptomoedas funcionam através de um sistema descentralizado que actua como o seu motor: a tecnologia de ‘bloco de dados’ ou blockchain. É por meio da blockchain que todas as transacções efectuadas com criptomoedas são verificadas, registadas e armazenadas, de forma a garantir a funcionalidade e a inviolabilidade do sistema que as sustenta.
Características de uma criptomoeda descentralizada
Créditos: Have a nice day Photo/Shutterstock
A utilização de um sistema descentralizado como a blockchain garante às criptomoedas características únicas como:
- Neutralidade: a identidade do utilizador, o que ele é ou faz, por exemplo, não o impedem de utilizá-las;
- Universalidade: as criptomoedas estão presentes em todos os países, apesar de não serem propriedade de nenhum país, um pouco como a Internet;
- Sistema aberto: todos, independentemente da sua localização, podem aceder e utilizar as criptomoedas;
- Sistema resistente à censura: um sistema seguro e que resiste às mais severas restrições dos governos;
- Sistema transparente: os dados das transacções podem ser auditados por qualquer pessoa, em qualquer lugar, em qualquer momento.
A descentralização é quase sempre associada ao que uma criptomoeda é ou devia ser, pelo facto de ser uma das principais característica do bitcoin, a primeira criptomoeda que vingou como forma de dinheiro, cujas características são apresentadas como padrão para uma criptomoeda. Por essa razão, a explicação sobre as criptomoedas baseia-se sempre nos princípios do bitcoin, tal como ocorreu neste artigo.
Há muito por se dizer sobre as criptomoedas, mas numa primeira fase, os elementos apresentados neste artigo poderão lhe servir de pontos norteadores sobre:
- O que são criptomoedas e como se caracterizam? – um sistema de dinheiro digital criptografado, cujo controlo sobre a verificação e a confirmação não é assegurado por uma entidade central;
- Como funcionam? – através da tecnologia blockchain.
Referências bibliográficas
- CARVALHO, C. E. et al. Bitcoin, Criptomoedas, Blockchain: Desafios analíticos, reação dos bancos, implicações regulatórias (2017). Disponível em: http://www.liberdadeeconomica.mackenzie.br. Acesso em: 2 de Janeiro. 2022.
- NAKAMOTO, S. Bitcoin: A peer-to-peer electronic cash system (2008). Disponível em: https://bitcoin.org/bitcoin.pdf Acessado em 4 de Fevereiro de 2022.
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