Moreira Bastos 
Joaquim José Hangalo é frei angolano da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Roma, na Itália. Apaixonado por TICs e formado em Engenharia Informática na Universidade Católica de Angola, onde também leccionou Programação Java, Base de Dados, Interação Homem-Máquina, e Sistemas Distribuídos e Paralelos, criou há seis meses o ‘Encontro no Ndjango’, onde são expostos temas ligados ao mundo das startups e inovação.
Em exclusivo ao Portal de T.I, o missionário católico falou abertamente do seu evento online, que visa ajudar a conectar empreendedores, profissionais de vários sectores, empresários, investidores e players, para uma cooperação, colaboração e mútua inspiração.
“É um espaço onde os empreendores estabelecem uma conexão. As incubadoras e aceleradoras têm a oportunidade de colher elementos úteis sobre novas idéias e descobrir ‘novos talentos’ para treinar e promover,” começou por dizer Joaquim José Hangalo, que para mais networking e storytelling das startups criou dentro deste evento o ‘Meetup no Ndjango’, que já vai na sua segunda edição.
“Tem frequência mensal e realiza-se por enquanto online e na última sexta-feira de cada mês. É um espaço aberto a todos os players. Têm servido para descobrir novas iniciativas e o Ndjango procura apresentá-las e projectar ao grande público,” destacou o frei, afirmando que foi através do Ndjango que algumas startups passaram para o grande público, como exemplo específico: a rede social Kambadyami e o sistema de web Conferencing Ynzoyami.
Para Joaquim José Hangalo, uma Startup é um ‘projecto de empresa inovadora e disruptiva’, com grande recurso ao uso das tecnologias para o rápido crescimento e expansão.
Sendo os meetups, espaços de networking de 360 graus e aberto a todos, o objectivo do missionário é levá-lo para regiões remotas de Angola.
“O ponto de chegada dos Meetups é a realização anual de um Summit sobre Empreendedorismo e Inovação. A idéia é realizá-lo num município do interior de Angola. Mas a etapa a seguir, esperando que a pandemia termine quanto antes, é passar dos eventos online para eventos presenciais com realização na maior parte das províncias do nosso país, senão todas,” frisou o frei, cujos eventos são sob tutela da sua marca pessoal ‘Ndjango das Startups’, que ganha reconhecimento público, apesar das desvantagens da pandemia.
“É uma ideia com dois anos e começou com o formato de conferências para divulgar a cultura da Lean Startup em Angola. Durante o ano de 2019, foram feitas conferências em Luanda, Huíla e Cunene perspectivando outras actividades para o ano 2020,” referiu Joaquim José Hangalo.
Startups vencedoras de alguns concursos de relevo nacional neste ano, já marcaram presença nas actividades do Ndjango, em destaque a INOKRI dona do aplicativo Sócia, o CEO da AKI, CEO da SSD, um dos responsáveis da Kianda Lab, a CEO da Bantu Makers, e o aplicativo ONDE, que venceu o primeiro prémio de turismo para startups.
“O Ndjango das Startups é uma comunidade de pesquisa, estudo e reflexão sobre o universo e cultura das Startups no mundo, procurando promover e transmitir as melhores práticas de criação e gestão de startups, adaptáveis ao contexto angolano,” destacou o missionário católico.
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