O assunto parece ser um pouco complexo. Mas se olharmos para a necessidade e para o número de indivíduos que fazem o uso de Smartphone ou Feature Phone, justifica sobremaneira a ideia de se criar (nem que for meio de teste) uma solução de Fintech capaz de solucionar uma grande lacuna existente no mercado financeiro angolano.
O termo Fintech, que na sua essência, transparece a ideia de tecnologia financeira, pode ser caracterizado como o movimento para trazer inovações transformadoras e disruptivas aos serviços financeiros. Isso é possível graças à aplicação de tecnologias novas e emergentes que atendem as necessidades do consumidor por meio da automação. Daí a necessidade de os bancos e as empresas de telecomunicações, adoptarem essa solução que há muito tem aliviado esforços e custos em vários países.
Durante a semana passada, passei por um episódio que me fez analisar profundamente o fenómeno, e chegar a essa conclusão: os Bancos e as Telcom estão a perder uma boa oportunidade de revolucionarem os seus modelos de negócio em Angola. Aconteceu que, em plena Segunda-feira, estava sem dinheiro fiduciário e precisava de pagar produtos e serviços naquele momento. Então pensei em recorrer à um ATM. Como era de se esperar, em plena manhã de Segunda-feira, os ATM vazios simbolizavam indisponibilidade de valores monetários e os que tinham esses valores, havia enchentes intermináveis.
Talvez para o mercado angolano não seja tão necessário, mas uma solução completa de Fintech, deve cobrir também pessoas individuais e comerciantes do mercado informal sem necessariamente estes precisarem de uma conta bancaria. Ter um serviço de Internet Banking ou Mobile Banking sem poder utilizar no mercado informal, deixa o serviço pela metade.
Não é barato produzir moedas fiduciárias. Só para se ter uma ideia, no ano passado, o Estado angolano gastou 30 milhões de dólares norte-americano para produzir as novas notas de Kwanzas. Se existir uma cadeia circulatória onde fornecedores, comerciantes e clientes finais tenham em sua disposição solução de Fintech que os permita efectuar pagamentos de produtos ou serviços básicos (como candongueiros e produtos das nossas zungueiras), haveria contenção de custos.
No outro dia ouvi alguém em um debate, que defendia uma solução muito mais profunda. Ele dizia que uma solução que pode ser adoptada pelas operadoras de telefonia móveis seria a utilização dos utts para efectuar pagamentos de serviços e produtos.
Criar uma Força Tarefa entre os Bancos e as operadoras de telefonia móveis e provedoras de serviços de internet, produziria uma solução robusta que iria diferenciar-se destas soluções isoladas existentes.