África é o continente que mais cresce no Mundo
Os videojogos há muito tempo que deixaram de ser diversão para crianças que passavam longas horas de jogos, tornando-se actualmente na maior indústria de entretenimento. Os eSports hoje valem mais do que a soma das receitas da indústria do cinema e da música.
O que são os eSports?
Esports (também conhecidos como desportes eletrônicos, e-sports ou eSports) é uma forma de competição desportiva através de videojogos.
Embora as competições organizadas tenham feito parte da cultura dos videojogos, desde 1972 principalmente nos Estados Unidos, elas eram em grande medida competições amadoras entre amigos, desconhecidos, online ou presencialmente, em alguns casos em competições contra a máquina, contra o tempo ou contra nós mesmos (nosso recorde anterior).
Os eSports passaram por uma evolução muito grande a partir de 2000 com 10 torneios e 160 no ano de 2010. O cenário dos jogos eletrónicos mudou totalmente com a Internet nas regiões onde os índices de penetração são altos, o que permitiu um alcance maior sem limitação física ou geográfica para a realização de eventos. A internet associada aos jogos eletrónicos aproximou e aumentou de que maneira, tanto a quantidade de Gamers participando em campeonatos quanto o público entusiasta. Os torneios serviram sempre de espaços de discussão e exibição da evolução tecnológica, nesta década os torneios de referência foram o World Cyber Games, o Intel Extreme Masters e a Major League Gaming.
Gradualmente, a participação, a profissionalização dos jogadores tornou-se crescente, e a audiência dos eventos se diversificou em termos de cobertura, ou seja, além de presencial passou a ser digital através dos meios de transmissão ao vivo o que gerou globalmente um grande aumento de popularidade, sendo que por exemplo, transmissões de competições de videojogos chegou a ultrapassar recordes de audiência em comparação com finais de competição do desporto convencional.
Kyle Giersdorf, adolescente norte americano de 16 anos, foi o campeão do mundial de Fortnite 2019. O evento foi realizado nos Estados Unidos da América, teve uma premiação de US$ 3 milhões e uma audiência de 90 mil espectadores por minuto, segundo a StreamMetrics.
Quanto vale a indústria de Gaming em Angola?
Recentemente a NewZoo em seus estudos publicou que as receitas da indústria de Gaming em Angola rodam em torno dos 22 milhões de dólares, e que África e o oriente médio em conjunto são apontados como as geografias que mais vão crescer em 2020.
Em angola a actividade ainda é incipiente, conta com cerca de 50 mil gamers que se juntam em comunidades de acordo com os seus interesses de jogo, e um apoio institucional residual ou seja sem patrocínios estabelecidos conseguem proactivamente realizar campeonatos amadores de forma esporádica.
Quais os benefícios dos vídeos jogos para a juventude Angolana?
A indústria de videojogos é importante devido a sua capacidade de geração de empregabilidade (criadores de jogos, programação, soluções fintech, consumo) e monetização. Paralelamente, promove a inovação tecnológica e estudos aplicados de engenharias de IT nas universidades e escolas técnicas de Angola. Além disso, os eventos de videojogos aportam sinergias com diferentes setores de actividade que tenham interesse institucional ou comercial em contactar com público-alvo jovem, classe média, info-incluído e com poder de compra.
Para o gamer, existem externalidades positivas que enumeramos abaixo:
- Inclusão digital
- Aumento da literacia tecnologia
- Monetização e renda através dos videojogos
- Projeção internacional em ambiente de competição
- Aprendizagem de idioma internacional (inglês)
- Networking
- Troca de know-how entre a comunidade virtual
- Atracção de patrocínio em nome individual ou equipas
Quais os próximos passos para alavancar a indústria Gaming em Angola e na Região?
Angola tem uma localização geográfica interessante, pois está situada próxima dos principais epicentros de Gaming no continente Africano (Africa do Sul, Ghana e a Nigéria) e da América latina (Brasil) com ligações por sistemas de cabos submarinos a interligar Angola a estes hubs internacionais.
Os próximos passos para alavancar a indústria de Gaming em Angola, passa pela intervenção dos players abaixo:
1 – Empresas: Alocação de infraestruturas de telecomunicações, desenvolvimento de tecnologias, Hardware & Software e envolvimento em formato de patrocínios.
2 – Universidades: Formação para as Tecnologias e Telecomunicações, Fomento de incubadoras e R&D
3 – Estúdios: Criação de jogos com contexto local, diversificação de temas, aumento do escopo e perfil do gamer (género, idade, classe social, áreas do conhecimento)
4 – Comunidade: Centralização e registo de jogadores, dinamização de eventos de networking e experiência de jogos presencial e online.
Portanto o desenvolvimento do Gaming em Angola carece do envolvimento de vários sectores.
A produção de Jogos Digitais dá-se por meio de actividades criativas e técnicas, que necessitam de tecnologia de ponta e produzem novas tecnologias. Tais actividades são responsáveis pela geração de novos produtos e serviços, processos produtivos e de distribuição, que são replicados para actividades dentro e fora do universo gaming, produzindo, assim, externalidades positivas para o conjunto da Economia.
A Indústria de Gaming deve ser vista numa perspetiva local (Angola), com um prisma amplo continental, como forma de alavancar o potencial nacional junto do ecossistema internacional existente e mais maduro.