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SEACOM anuncia novo sistema de cabos submarinos com Angola na rota

SEACOM anuncia novo sistema de cabos submarinos com Angola na rota
A SEACOM, provedora de serviços de telecomunicações e proprietária do cabo submarino com o mesmo nome, anunciou o lançamento de um novo sistema de cabos, o SEACOM 2.0, que ligará a Bacia do Oceano Índico, o Médio Oriente, o Mediterrâneo e o Sul da Europa.
 
De acordo com a empresa, o novo sistema percorrerá mais de 25 mil quilómetros, com mais de 20 pontos de aterragem em cerca de 15 países, incluindo Angola.
 
Lobito como ponto estratégico
 
O mapa disponibilizado pela operadora mostra Lobito, na província de Benguela, como um dos potenciais pontos de aterragem do SEACOM 2.0. Este nó é considerado estratégico devido ao Corredor do Lobito, que possui uma linha ferroviária de 1.300 quilómetros, que vai desde o Oceano Atlântico até às regiões de explração de minérios da Zâmbia e da República Democrática do Congo.
 
A provedora prevê igualmente um ponto de aterragem em Dar-es-Salam, na Tanzânia, segundo o mapa apresentado. Recorde-se que, em Abril último, o ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, declarou abertamente a intenção de Angola, Zâmbia e Tanzânia interligarem o Corredor do Lobito ao Caminho-de-Ferro Tanzânia-Zâmbia (TAZARA), que se estende até ao Porto de Dar-es-Salam, no Oceano Índico.
 
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Mapa ilustrativo da rota do SEACOM 2.0 – Créditos: SEACOM

 
Tecnologia adaptada à IA
 
Durante o anúncio do novo sistema, realizado no Submarine Networks World 2025, em Singapura, a empresa revelou que o SEACOM 2.0 contará com 48 pares de fibras ópticas, podendo ser implementado num único cabo ou em dois cabos separados, a depender da estratégia de instalação. Enquanto o primeiro SEACOM lançado em 2009 e actualmente em operação oferece cerca de 1,5 terabit por segundo, a nova infra-estrutura foi concebida para atingir até 2.000 terabits por segundo, um aumento de capacidade superior a mil vezes.
 
De acordo com a operadora, o novo sistema representa um avanço tecnológico adaptado a cargas de trabalho de inteligência artificial com alta capacidade e baixa latência. A empresa afirma que os pontos de aterragem servirão de nós de comunicação de IA, unindo a infra-estrutura de IA das nações africanas aos centros de dados globais.
 
Com esta iniciativa, a empresa pretende responder à necessidade crescente de infra-estruturas capazes de processar grandes volumes de dados, incluindo agentes de IA, impulsionados pelo aumento populacional, sobretudo na Bacia do Índico, até 2050.
 
“Até 2030, espera-se que as redes transportem mais de 10 mil milhões de agentes de IA, e o SEACOM 2.0 servirá como a espinha dorsal dessa revolução impulsionada pela IA. Olhando para o futuro, o sistema foi concebido para sustentar uma população mundial de 10 bilhões até 2050, com a Bacia do Oceano Índico projectada para abrigar metade da humanidade”, refere a empresa, em comunicado.
 
Impacto económico e inclusão digital
 
Para os países ao longo da rota, a empresa garante que o SEACOM 2.0 impulsionará o crescimento económico, reforçará as pequenas e médias empresas e abrirá novas oportunidades em infra-estruturas inteligentes.
 
Segundo a companhia, “a infra-estrutura submarina já aumentou o PIB per capita dos países africanos em cerca de 6%”. O novo sistema pretende ampliar esse impacto através do apoio ao desenvolvimento de infra-estruturas inteligentes, desde portos equipados com tecnologia IoT até ao planeamento urbano orientado por IA.
 
A rede foi pensada para permitir análises em tempo real e computação de ponta, de modo a reduzir as barreiras à conectividade empresarial e facilitar o acesso das pequenas empresas a ferramentas de nuvem, mercados globais e plataformas de comércio digital, refere a empresa.
 
A operadora acrescenta que o novo sistema actuará também como porta de entrada para regiões sem litoral, como os mercados da SADC e da África Oriental, reduzindo a dependência de rotas únicas e posicionando os países como polos regionais de conteúdo e aplicações digitais.
 
Para o director executivo do grupo, Alpheus Mangale, o sucesso do SEACOM 2.0 dependerá de parcerias estratégicas com governos, reguladores e entidades do sector. O gestor adianta que o novo sistema entrará em operação no final de 2029 ou início de 2030.
 
Nesta altura, disse, “cerca de 90% da fase de planeamento está concluída” e as solicitações de propostas ao sector, para as entidades que construirão o SEACOM 2.0 e farão pesquisas marítimas, foram enviadas na semana passada.
 
“Este projecto não visa apenas conectar pessoas; trata-se de garantir que a África e os seus vizinhos controlem os seus destinos digitais. Ao promover o acesso aberto e a integração regional, estamos a criar um sistema resiliente, sustentável e inclusivo”, afirmou.

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