A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), publicou nesta quinta-feira (07) a sua primeira orientação sobre a utilização de inteligência artificial (IA), instando as agências governamentais a regulamentar o uso desta tecnologia no sector da educação.
O documento estabelece diversas directrizes para o uso da tecnologia nas escolas e visa proteger os direitos dos professores e investigadores e o valor das suas práticas aquando da utilização da AI. Entre os vários pontos abordados, o realce vai para a importância da protecção da privacidade dos dados, bem como a implementação de um limite de idade para os utilizadores.
A diretora geral assistente de educação da agência, Stefania Giannini, refere que os governos e as escolas estão a adoptar uma tecnologia radicalmente desconhecida que mesmo os principais tecnólogos afirmam não compreender.
“Estamos a lutar para alinhar a velocidade de transformação do sistema educacional com a velocidade da mudança no progresso tecnológico e no avanço desses modelos de aprendizado de máquina”, referiu.
A UNESCO sublinhou também a necessidade da criação de um currículo apoiado pela IA e monitorado pelos governos para o ensino escolar, no ensino e formação técnica e profissional. A agência pontuou ainda que os “fornecedores de IA devem ser responsabilizados por garantir a adesão aos valores fundamentais e aos propósitos legais, respeitando a propriedade intelectual e defendendo práticas éticas”.
Apesar da orientação servir como base de apoio à IA, a agência não deixou de apelar para a prevenção do uso excessivo, apontando para a privação de oportunidades de desenvolver capacidades cognitivas e sociais mediante observações do mundo real, práticas empíricas como experiências, discussões com outros seres humanos e raciocínio lógico independente.