Ferreira Manuel 
A Amazon Web Services (AWS) registou, na madrugada desta segunda-feira, uma falha operacional de larga escala que afectou serviços e plataformas em todo o mundo, incluindo a própria Amazon, a assistente virtual Alexa, o Snapchat, o videojogo Fortnite, o ChatGPT, bem como a Epic Games Store e os Epic Online Services.
O problema teve origem na região norte-americana US-East-1, uma das principais infra-estruturas da empresa, responsável por alojar uma parte significativa do tráfego global da Internet.
De acordo com o verificador de estado da AWS, vários serviços foram “impactados” por problemas operacionais detectados por volta das 3h11 (horário da costa leste dos Estados Unidos). Pouco tempo depois, a empresa comunicou estar “activamente engajada e a trabalhar para mitigar o problema e entender a causa raiz”, comprometendo-se a actualizar os utilizadores “em 45 minutos, ou antes, se houvesse novas informações”.
Às 3h35, a Amazon indicou que a maioria das operações dos serviços da AWS voltou a funcionar normalmente e garantiu que as equipas técnicas estavam a trabalhar para uma resolução completa. Numa nova actualização, publicada às 5h27 e citada pelo The New York Times, a empresa adiantou estar a observar “sinais significativos de recuperação”, embora reconhecendo que ainda existia “um acúmulo de solicitações na fila”.
Em comunicado posterior, a AWS detalhou as medidas de mitigação em curso e confirmou progressos na reposição dos serviços.
“Aplicámos medidas iniciais de mitigação e estamos a observar sinais iniciais de recuperação para alguns serviços da AWS impactados. Durante este período, as solicitações podem continuar a falhar enquanto trabalhamos para a resolução completa”, refere a empresa numa nota citada pela CNN Business.
A empresa recomendou aos clientes que tentassem novamente os acessos e alertou para possíveis lentidões durante o processo de normalização.
A Amazon garantiu ainda que “os serviços e recursos globais que dependem da região US-East-1 também se recuperaram” e que continuará a fornecer informações adicionais “assim que houver novos dados para partilhar”.
As interrupções na região US-East-1 têm sido recorrentes: incidentes semelhantes foram registados em 2020, 2021 e 2023, afectando igualmente múltiplas plataformas digitais e expondo a dependência global da infra-estrutura da AWS para o funcionamento de serviços online essenciais.
Com a recuperação já em curso, a empresa procura agora apurar a causa exacta da falha, num episódio que reacende o debate sobre a vulnerabilidade estrutural da Internet moderna face à centralização dos serviços de cloud computing em poucos fornecedores.
