Ferreira Manuel 
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Angola avançou 37 posições no Índice Global de Adopção de Criptomoedas da Chainalysis, ao passar do 139.º lugar em 2024 para o 102.º em 2025, sinalizando uma dinâmica mais expressiva na utilização de activos digitais no país, segundo o relatório da consultora norte-americana.
A nova posição aproxima o país junto das 100 maiores “criptoeconomias” globais em termos de adopção de criptomoedas e representa um retorno aos ganhos, visto que em 2023 o país ocupou o 108.º lugar e caiu para o 139.º em 2024.
De acordo com o relatório, que avalia os volumes de transacções de 151 países para diferentes tipos de serviços e protocolos de criptomoedas com base nos padrões de tráfego da web, a classificação de Angola a nível do valor recebido por serviços centralizados no retalho também registou um aumento.
Angola saiu do 110.º para o 80.º lugar no ranking do valor on-chain recebido por serviços centralizados no retalho, uma subida de 30 posições que sinaliza um aumento da actividade de utilizadores de criptomoedas neste segmento. A melhoria reverte a tendência negativa registada nos anos anteriores, quando o país recuou do 106.º lugar em 2023 para o 110.º em 2024.
A classificação do valor recebido por serviços centralizados (retalho ou institucional) também é positiva. O país subiu 25 posições, saindo do 114.º lugar em 2024 para o 89.º em 2025.
Quanto ao volume de criptomoedas movimentadas através de protocolos de Finanças Descentralizadas (DeFi, na sigla inglesa), Angola subiu 34 posições no ranking, posicionando-se agora no 115.º lugar, um salto positivo visto que em 2024 ficou em 149.º lugar.
O relatório de 2025 traz uma nova classificação, relactiva ao “Valor Recebido por Serviço Institucional Centralizado”, em substituição da categoria “Valor Recebido por DeFI no Retalho” presente no estudo de 2024.
Embora as DeFi continuem a representar uma parcela significativa do volume total de transacções globalmente, a a Chainalysis argumenta que a categoria constitui uma parcela muito menor da actividade geral do utilizador, sobretudo quando comparado às plataformas de Finanças Centralizadas (CeFI, na sigla inglesa).
“Incluir o ´DeFi de Retalho´ como uma categoria independente introduziu uma ênfase desproporcional num comportamento relactivamente de nicho, resultando em uma representação distorcida do engajamento com criptomoedas”, reforçou a consultora.
Ora, nessa nova categoria que classifica os países segundo o volume de criptomoedas recebidas por via de serviços institucionais centralizados, Angola surge no 93.º lugar.
PALOP
Entre todos os Países de Língua Oficial Portuguesa mencionados no índice, o Brasil é o melhor posicionado, em 5.º lugar, à frente de Portugal (45.º), Angola (102.º) e Moçambique (121.º).
Como espelham os números, o Brasil é o único país com a melhor posição entre os falantes de português. A nível global, o país perde apenas para a Índia (1.º), EUA (2.º), Paquistão (3.º) e Vietname (4.º).
África Subsaariana
A principal novidade aqui é a regressão da Nigéria na classificação geral, saindo do 2.º lugar para o 6.º entre os países com o maior índice de adopção em todo o mundo, agora atrás do Brasil. Apesar disso, o país continua a liderar o impulso da adopção institucional na região, juntamente com a Etiópia que subiu 14 posições, saindo do 26.º para o 12.º, e a África do Sul, que subiu duas posições, saindo do 30.º para o 28.º lugar.
Entre os países da região que mais volume de criptomoedas receberam, Angola figura agora o 12.º lugar (estando no intervalo entre 0 a 25 mil milhões de dólares), subindo assim 4 posições em comparação ao ano anterior em que ficou no 16.º lugar.
A nível global, a África Subsariana é agora a terceira região de crescimento mais rápido no mundo, apenas atrás da Ásia-Pacífico e da América Latina. A região recebeu mais de 205 mil milhões de dólares em criptomoedas em valor transferido entre Julho de 2024 e Junho de 2025, um aumento de cerca de 52% face ao período anterior.
De acordo com o relatório da Chainalysis, a região distingue-se pelo peso do retalho e pelo papel crescente das moedas digitais no dia-a-dia financeiro dos cidadãos.
