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Trata-se de dois irmãos que, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, manipularam os processos de validação de transacções da blockchain Ethereum, acessando transacções privadas pendentes e alterando-as de modo a obter as criptomoedas das vítimas, enquanto rejeitavam os pedidos de devolução dos fundos roubados e mantinham ocultos os seus ganhos ilegais.
“Conforme alegado na acusação de hoje, os irmãos Peraire-Bueno roubaram US$ 25 milhões em criptomoeda Ethereum por meio de um esquema tecnologicamente sofisticado e de ponta que planearam durante meses e executaram em segundos. Infelizmente para os réus, os seus supostos crimes não foram páreos para os promotores do Departamento de Justiça e agentes do IRS, que desvendaram este esquema inédito de fraude electrónica e lavagem de dinheiro (…)”, disse a vice-procuradora-geral dos EUA, Lisa Monaco.
A Procuradoria-Geral dos EUA refere que os irmãos estudaram Ciência da Computação e Matemática em uma das universidades mais prestigiadas do mundo e “usaram supostamente as suas habilidades especializadas e educação para adulterar e manipular os protocolos nos quais milhões de utilizadores da Ethereum em todo o mundo confiam”.
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, os dois irmãos estudaram os hábitos comerciais das vítimas enquanto preparavam o ataque, a partir de Dezembro de 2022, e prepararam as condições para ocultarem as suas identidades e os rendimentos roubados. A instituição refere ainda que os acusados usaram vários endereços e correctoras estrangeiras de criptomoedas e criaram falsas empresas para a lavagem dos fundos.
A Unidade de Investigações Cibernéticas da Receita Federal em Nova York, que investigou o caso com a assistência do Departamento de Polícia da Cidade de Nova York e da Alfândega e Protecção de Fronteiras dos EUA, disse que o incidente constitui “uma manipulação inédita da blockchain Ethereum” e, se condenados, cada um dos acusados enfrentará pena máxima de 20 anos de prisão por cada acusação.