Após um mês de auscultação sobre os problemas que os agricultores da região das Bimbas, em Benguela, enfrentam, cinco estudantes do Instituto Médio Industrial de Benguela (IMIB) desenvolveram um protótipo de estufa electrónica que responde às principais preocupações levantadas pelos agricultores quanto à cultura do tomate. A estufa, que combina tecnologia electrónica digital e analógica, apresenta soluções automatizadas para o controlo de pragas, temperatura, luminosidade e humidade do solo.
“Identificamos os principais factores que prejudicam o cultivo do tomate aqui no município de Benguela, que são: altas temperaturas, ataque de pragas e outros factores climáticos como as excessivas chuvas e ventos”, disse ao Portal de T.I Isidro Viegas, um dos responsáveis pelo projecto.
A estufa soluciona o problema das altas temperaturas com um mecanismo de refrigeração agregado a si, que recorre a dados fornecidos pelos sensores distribuídos em vários pontos da estrutura. A parte superior da estufa possui um sistema de luminosidade (sombreamento) que, dependendo da temperatura no interior da estufa, vai abrindo e fechando para permitir que mais ou menos luz solar entre na estufa, um processo que depende da avaliação dos sensores.
Protótipo de estufa electrónica – Créditos: D.R
O sistema de luminosidade trabalha juntamente com o sistema da temperatura e ventilação. A luminosidade detecta o dia e a noite, e o sistema de temperatura procede a leitura do calor no interior da estufa. Se a temperatura for superior ao limite programado, inicia-se o processo de ventilação artificial para dissipar o calor no interior da estufa e, em seguida, acciona-se automaticamente o sombreamento, limitando a incidência solar sobre as plantas.
Quando a temperatura no interior da estufa cai abaixo do mínimo necessário às plantas, o sistema de ventilação é automaticamente interrompido e o sistema de luminosidade acciona o sombreamento para que mais luz solar possa entrar, equilibrando assim a temperatura dentro da estufa.
Por conta das suas características físicas, que envolve uma cobertura plástica, a estufa é também capaz de neutralizar ataques de pragas, uma solução que conta com o auxílio do seu sistema automático de irrigação, que além de combater os insectos através do uso racional da água direccionada às plantas, também faz leituras do estado do solo para medir a sua resistência quando o mesmo está seco ou húmido.
Isidoro Viegas, Danilson André, Yalany Hamuiela, Rui Marques e Paulo Aguiar – Créditos: D.R
Além de servir como um limitador da incidência directa dos raios solares nas plantas, a cobertura plástica ajuda também a proteger a estufa dos fortes ventos e das chuvas ácidas que podem ser portadoras de diversas pragas, melhorando assim o desenvolvimento do tomate em comparação ao seu cultivo por meios artesanais.
O protótipo foi apresentado como trabalho de fim do curso na passada segunda feira (23) e foi construído por um grupo de 5 estudantes do curso de Electrónica e Telecomunicações do IMIB, composto por Isidoro Viegas, Danilson André, Yalany Hamuiela, Rui Marques e Paulo Aguiar.
Ao Portal de T.I, os estudantes revelaram que pretendem desenvolver outros projectos ligados às áreas vulneráveis e que possam contribuir significativamente para o desenvolvimento do país, começando pelo sector agrícola. Para tal, o grupo pede o apoio de investidores para poder pôr em prática os outros projectos que estão para ser construídos.
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