Decorreu na manhã desta Terça-feira(25), o habitual debate no programa conversas 4.0 que teve como convidados Sónia Doutel, Socióloga, Ana Godinho, Jurista, Alcino Camota, Coordenador de Projectos da Tech 21 África, Heitor Miguel, Gestor de Tecnologias e António Pinto, em representação da NCR.
O debate que esteve sob moderação de Edilson Almeida, permitiu analisar a importância da Ética na 4ª Revolução Industrial, bem como as questões jurídicas que esta nova Era nos traz. Foi uma calorosa e profícua discussão sobre o mundo das novas tecnologias e a sua aplicabilidade e influência na vida das pessoas, com uma indissociável reflexão sobre os benefícios e alertas a ter em conta.
Sónia Doutel defendeu que a ética – que se refere às condutas e ao modo de ser dos indivíduos, pelo seu carácter de princípio universal, tem que caminhar ao lado do desenvolvimento tecnológico, precedendo-o e intervindo permanentemente, sempre que se mostrar necessária a salvaguarda da Humanidade.
Adverte a Socióloga que, estando os avanços tecnológicos muito associados a lógicas economicistas, os princípios éticos são fundamentais para que não se deixe ninguém para trás.
Na sua abordagem, chamou a atenção para a necessidade de conhecimento na utilização das novas tecnologias cujo uso desavisado pode implicar em prejuízos decorrentes, entre outros, da invasão de privacidade e do abuso de utilização de dados sem autorização prévia. “ A questão mais flagrante nesta nova era é que nós, para podermos aceder a serviços (nomeadamente baixar aplicativos), permitimos o acesso aos nossos dados mas não sabemos o que as ferramentas tecnológicas fazem com eles depois”, disse.
Ana Godinho discorreu sobre as implicações jurídicas do uso incorrecto das tecnologias, como no caso da manipulação genética, chamando a atenção para o facto de que esta prática – enquanto inovação com imensos benefícios, quando mal utilizada pode colocar em causa direitos fundamentais, nomeadamente o direito à vida e a privacidade. “Nem o pai nem a mãe têm o direito de mudar a genética de um filho pois este, enquanto indivíduo, tem também os seus direitos constitucionais”. Ana Godinho falou também da diversificada legislação sobre esta matéria já disponível no nosso País, bem como das instituições que salvaguardam os direitos dos consumidores, como é o caso da Agência de Protecção Geral de Dados.
O Gestor de Tecnologias, Heitor Miguel, realçou a importância da ética profissional no ramo das Tecnologias de Informação, para garantir a protecção de dados nas empresas.
A título de curiosidade, o especialista recordou que os Hackers – tantas vezes um perigo no que se refere à utilização abusiva de dados e de informação – são agora muitas vezes utilizados para evitar esses abusos, trabalhando na verificação e protecção das infraestruturas dos sistemas das empresas.
António Pinto adverti que a ética deve estar acima das empresas, servindo de guia para o seu funcionamento.
No final do debate, Alcino Camota defendeu que a tecnologia não tem ética normativa, porém por se envolverem várias questões, que por um lado podem ferir a conduta dos utilizadores e por outro, acaba por lhe ser benéfico, chama a atenção para que se encontre um meio termo para haver proveito de ambos os grupos.
O programa Conversa 4.0 acontece todas as Terças-Feiras, na LAC (Luanda Antena Comercial), das 10 às 11horas, sob moderação de Edilson Almeida, e tem uma extensão em LIVE, que é transmitida ao final do dia, na página do Facebook do Tech 21 África.
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