Euclides Mfumu: a qualidade de dados em Angola ainda é um desafio genérico

Euclides Mfumu: a qualidade de dados em Angola ainda é um desafio genérico
As empresas ainda enfrentam desafios consideráveis ao nível da qualidade dos dados utilizados para as diversas análises associadas a Ciência de Dados, revelou ao Portal de T.I o cientista de dados Euclides Mfumu.
 
De acordo com o especialista, que falava durante o “Mesa Tech”, um evento realizado pela CFTIC, essa realidade deve-se à existência de sistemas que permitem a inserção de informações com pouca validação, de tal modo que ao serem utilizados os dados apresentam pouca qualidade.
 
“Os dados que utilizamos para as análises muitas vezes já trazem problemas desde a fonte. Por exemplo, se um campo que recebe data de caducidade do Bilhete de Identidade permitir a inserção de uma letra ou número a mais, está-se a criar já um problema de qualidade de dados”, disse.
 
Euclides Mfumu, que opera actualmente no sector bancário, refere que este é um problema genérico que afecta empresas públicas e privadas. Contudo, ressalta que no sector público a situação é ainda “pior”.
 
Automação e IA entre as soluções
 
Apesar do quadro actual a que se refere, o cientista de dados considera que melhorar a qualidade dos dados é um processo contínuo e exige proactividade, considerando que haverá sempre dados a entrar nos sistemas. A resposta para este desafio inclui, segundo o especialista, a adopção de sistemas automatizados e movidos por IA.
 
“Delegarmos essas funções a máquinas ajudaria a melhorar a qualidade dos dados. Quando são sistemas automatizados a fazer certas tarefas, sendo esses sistemas inteligentes e preparados para efectuar validações antes mesmo dos dados serem enviados a base de dados, a probabilidade de se cometer erros é mínima”, disse.
 
Para Euclides Mfumu a criação, pelo Executivo, de uma Agenda de Transição Digital da Administração Pública constitui “um bom sinal”, pois, sublinha, “quanto mais processos digitalizados mais automatizados serão os procedimentos”.
 
“Antes, por exemplo, no processo de criação de empresas era papel aqui e papel aí, mas hoje há o site do Guiché e podemos fazer as coisas com muito pouca intervenção humana. Então, são coisas que trazem, de facto, um impacto positivo na questão de qualidade de dados”, referiu.
 
Considerando a importância dos dados nas organizações, Euclides Mfumu defende a aposta na literacia de dados, começando nas escolas, a semelhança do que acontece com a educação financeira.
 
“Hoje, pouca gente consegue ler as informações representadas num gráfico. Não digo que todos devem ser peritos, mas tal como se fala de educação financeira, também temos de falar sobre dados, porque as pessoas precisam tomar as melhores decisões e de maneira informada”, finalizou.

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