Facebook e AAI assinam memorando para instalação de CDN

Na sequência das informações sobre a interligação da CDN (Rede de Distribuição de Conteúdo) do Azure à um IXP angolano, permitindo a redução de tempos de carregamento, largura de banda e acelerar a capacidade de resposta, o Portal de T.I ouviu por meio de desta entrevista, Sílvio Almada,
Presidente da Associação Angolana de Internet (AAI), onde aproveitou anunciar o memorando assinado entre o Facebook e a AAI, e também desmistificar e falar sobre os benefícios destas interligações.

Portal de T.I (PTI): O que é CDN (Content Delivery Network) e como funciona?

Silvio Almada (SA): CDN ou Content Delivery Network (rede de fornecimento de conteúdos) é uma plataforma de servidores amplamente distribuída que ajuda a minimizar os atrasos no carregamento do conteúdo das páginas web, reduzindo a distância física entre o Servidor e o Utilizador. Isto ajuda os utilizadores de Internet a visualizar o mesmo conteúdo de alta qualidade sem latencias.
Quando os Clientes solicitam aos servidores DNS (Domain nameserver) a resolução de um nome, o mesmo responde com o endereço do servidor armazenador local. O servidor local analisa se tem o conteúdo solicitado em cache. Caso tenha, entrega directamente ao usuário. Caso não tenha, então solicita tal conteúdo a outro servidor semelhante dentro do seu backbone, ou seja, dentro do seu algoritmo de funcionamento, há diversas tarefas responsáveis por identificar onde está o servidor parceiro.
Podemos resumir que, os servidores CDN trabalham em “malha”, comunicando entre si para fornecer os conteúdos aos usuários de maneira mais rápida, efectiva e com a melhor qualidade possível.

PTI: Quem são os maiores beneficiários dos serviços de CDN?

SA: Temos como maiores beneficiários, por um lado os provedores de conteúdos que ao hospedar seus serviços nos CDNs, garantem que seus servidores “edge” fiquem mais próximo do seu cliente. Por outro lado, os utilizadores finais que têm uma melhor experiência.

PTI: Qual é o impacto dos CDNs para os negócios digitais em Angola?

SA: Os CDNs são agentes activos do Ecossistema de Internet, em Angola não será diferente. São reconhecidas as desvantagens decorrentes da dependência de serviços de datacenters estrangeiros; tanto a nível de oportunidades de negócio e receitas locais, segurança e resguardo dos dados no território nacional, etc. É estratégico promover os investimentos e novos modelos de negócios para inverter o quadro.
Com os CDNs bem dimensionados, haverá uma melhor utilização e racionalização da capacidade disponível e dos recursos de conectividade internacional, tornando a relação custo/benefício mais favorável tanto para os provedores de serviços internet, para os fornecedores de plataformas digitais e consequentemente para os utilizadores finais, que procuram um serviço de melhor qualidade e preços mais acessíveis.

A nível de economia de escala o que se pretende é que todos os Agentes do Ecossistema de Internet, ao longo da cadeia de criação de valor consigam beneficiar-se e proporcionar oportunidades de crescimento diminuindo as barreiras de entrada de novas empresas e negócios digitais no País.

PTI: O Azure CDN interligou-se directamente a um IXP angolano. Que mudanças trará ao ambiente actual?

SA: Com este feito os serviços prestados por este CDN terão uma melhor qualidade já que contamos com a réplica do servidor localmente. Até bem pouco tempo os caches numa versão mais antiga estavam disponíveis no nosso IXP. Com a instalação do PoP da Microsoft, os antigos servidores foram descontinuados e os IXPs serão todos servidos a partir dos CDNs instalados em Angola.
A ampliação da capilaridade da conectividade local através dos IXPs contribui para que a infraestrutura de internet no país fique mais robusta, além de potenciar a atração de conteúdos para hospedagem local, isto é CDNs.
Outros CDNs como é o caso da Facebook que já assinou um memorando com a Associação Angolana de Internet serão igualmente instalados.

PTI: O aumento de CDNs com alojamento em Angola ameaça de alguma forma os serviços nacionais de alojamento?

SA: De maneira alguma, pelo contrário haverá benefícios para os utilizadores e para os nossos provedores de Serviços de Datacenter & Cloud, com a procura pelo alojamento local. O potencial de crescimento na adopção de dispositivos com acesso à internet móvel é um dos factores que vai impulsionar o mercado nacional de CDNs. Contudo, os níveis actuais de utilização de internet no país são baixos, apesar dos avultados investimentos e esforços dos Operadores e Fornecedores de Serviços. É esta uma das prioridades da AAI junto dos seus associados; sem uma infra-estrutura robusta de backbone e acesso à internet adicionando a uma política de incentivos e atração de centros de dados no país, não será possível impulsionar os negócios digitais, e-commerce, conteúdos, alojamento local, em resumo o chamado mercado dos dados, actualmente um elemento estratégico para o crescimento económico.

 

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