Ferreira Manuel 
O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) avaliou na última semana o relatório de contas da Angola Telecom, que fechou o ano 2022 com saldo positivo, fruto do trabalho de reestruturação de que a empresa de telefonia pública vem beneficiando, tendo recebido recentemente mais de 8 mil milhões de kwanzas em títulos injectados pelo Estado.
“A empresa apresenta um EBITDA positivo, resultados operacionais positivos e resultados líquidos positivos. Porém, nos últimos anos teve efectivamente resultados negativos, teve um passivo acumulado e, portanto, agora é preciso ir limpando todo esse lastro negativo,” disse Patrício Vilar, PCA do IGAPE.
O PCA do IGAPE descarta, para já, a hipótese de privatização da Angola Telecom, argumentando que “primeiro temos que limpar esse passivo, temos que fazer os encontros de contas que se impõem, temos que fazer as renegociações com os fornecedores que se impõem e isso está a ser feito. Nós vamos acompanhar durante este ano e pensamos que até ao final do ano teremos um planeamento relactivamente ao próximo passo da privatização.”
Patrício Vilar recorda, no entanto, que o conceito de privatização previsto na lei de bases é muito lato, “pode não ser a venda, pode ser uma concessão de exploração e gestão, pode ser uma parceria com outro ente privado”.
Apesar da melhoria nos resultados, a Angola Telecom ainda tem um grande número de clientes (mais de 800) e fornecedores a deverem a empresa de telefonia. Sobre o assunto, o PCA da Angola Telecom, Adilson dos Santos, garante continuar a trabalhar para estabilizar a questão.
“As nossas contas relatam por volta de 18 mil milhões de dívida de clientes e por volta de 150 mil milhões de dívidas de fornecedores. Nós continuamos a trabalhar na resolução e na melhoria desses indicadores,” disse Adilson dos Santos.
