Mercado africano de smartphones perde força

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O mercado africano de smartphones cresceu modestamente no segundo trimestre de 2024 atingindo 17,8 milhões de unidades, abaixo das 18,2 milhões de unidades registadas no primeiro trimestre deste ano, o que representa um crescimento anual de apenas 6% quando comparado com os períodos homólogos desde 2021.
 
De acordo com a empresa de análises de mercado Canalys, autora do relatório, a desaceleração deve-se à volatilidade macroeconómica, pressões cambiais renovadas, tensões geopolíticas persistentes, preocupações com estabilidade política relacionadas a eleições e aos elevados riscos de inflação.
 
Mercado africano de smartphones perde força

Créditos: Canalys

 
Principais mercados africanos
 
Em termos regionais, as remessas de smartphones na África Subsaariana registaram ligeiras reduções no período em análise. Contudo, os principais mercados da região continuam a ser a África do Sul, que teve uma taxa de crescimento de 13% – abaixo dos 19% registados no primeiro trimestre; a Nigéria, que cresceu 5% – muito abaixo dos 42% visto no trimestre anterior, e o Quénia que enfrenta uma crescente redução nas importações, tendo registado quedas de 7% e 22% consecutivamente nos dois trimestres, devido às tensões políticas contínuas no país.
 
Egipto atrai marcas globais para produzirem localmente
 
Maior consistência nas remessas é vista nos mercados do Norte de África, onde a Argélia cresceu 52%, apesar dos desafios de importação, muito acima dos 16% vistos no primeiro trimestre.
 
O Egipto mantém-se como um dos principais mercados da região, tendo crescido 27% nas importações no período em análise. Segundo o relatório, este mercado destaca-se pela estabilidade da moeda local e pelo impulso do governo para a fabricação local, o que tem atraído empresas como Xiaomi, Vivo e Samsung e, recentemente, a HMD iniciou negociações para estabelecer presença no país.
 
Em contra-mão está o Marrocos, que registou reduções de 17% e 24% nas importações de smartphones nos dois semestres consecutivos, devido ao aumento das taxas alfandegárias introduzidas no início deste ano.
 
Segundo o analista sénior da Canalys, Manish Pravinkumar, a longo prazo, a fabricação local será essencial para reduzir custos dos telemóveis no continente, espera-se por isso que mais países sigam os passos do Egipto.
 
No mesmo sentido, refere, enfrentar desafios como a disposição dos consumidores de pagar, a alfabetização digital, a alta tributação sobre dispositivos e as flutuações cambiais, será essencial para desbloquear todo o potencial da adopção de smartphones no continente.

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