Marcas chinesas dominam mercado africano de smartphones 

Marcas chinesas dominam mercado africano de smartphones 
A Canalys, empresa de pesquisa e análise de mercado, divulgou o seu mais recente relatório sobre o estado do mercado africano de telemóveis inteligentes, no qual destaca o ressurgimento significativo deste mercado com remessas a atingir 19,2 milhões de unidades no quarto trimestre de 2023, representando um crescimento anual de 24%. O documento confirma a tendência crescente do domínio das marcas chinesas em oposição a marcas estabelecidas, como a Samsung, que vão perdendo espaço.
 
O crescimento registado no quarto trimestre de 2023, refere o documento, deveu-se ao aumento da procura de serviços digitais, ao crescente envolvimento nas redes sociais e à proliferação das opções “compre agora, pague depois”.
 
Marcas chinesas dominam mercado africano de smartphones 
Créditos: D.R
Principais mercados
 
A África do Sul, a Nigéria e o Egipto foram os principais mercados, com crescimentos de 15%, 63% e 63%, respectivamente, no período em análise. Ao todo, o continente registou 68,7 milhões de unidades em 2023, um aumento de 6% em relação a 2022.
 
Principais marcas de telemóveis em África
 
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Créditos: D.R
 
Segundo o relatório, os telemóveis pertencentes à TRANSSION (dona da Tecno, Infinix e Itel) dominaram o cenário no período em análise, com 9,8 milhões de remessas e 51% de participação de mercado.
 
Os dados indicam um aumento na presença da marca em África em termos de remessas e uma queda ao nível da participação de mercado, pois no quarto trimestre de 2022 a TRANSSION foi responsável por 8,0 milhões de remessas, enquanto a participação de mercado de telemóveis esteve avaliada em 52%. O seu crescimento anual é de 23%.
 
“Embora alguns mercados da África Subsaariana tenham atingido a maturidade para as marcas TRANSSION, a empresa está a aproveitar oportunidades de crescimento em mercados do Norte de África, como Marrocos, Egipto e Argélia, onde o quarto trimestre de 2023 testemunhou um crescimento médio de cerca de 94%”, destaca o documento. 
 
Samsung
 
Em segundo lugar esteve a Samsung, que luta para se manter entre as principais opções para os utilizadores do continente. No período em análise, a marca sul-coreana foi responsável por 4,3 milhões das remessas, mantendo uma participação de mercado de 22%.
 
O número de remessas reduziu, quando comparado aos 4,5 milhões registados em 2022. A mesma tendência foi verificada na representatividade de mercado, que actualmente está em 22%, mas em 2022 foi de 29%. A marca sul-coreana tem um crescimento anual de -5%.
 
Xiaomi
 
O terceiro lugar é mantido pela Xiaomi (incluindo POCO e Redmi), responsável por 1,8 milhão das remessas no quarto trimestre de 2023, com 10% de representatividade de mercado.
 
Os números indicam um crescimento contínuo da marca chinesa, pois em 2022 contribuiu apenas com 1,0 milhão de telemóveis para o mercado africano e a sua representatividade de mercado era de 6%. A Xiaomi tem um crescimento anual de 88% no mercado africano.
 
O relatório afirma que a Xiaomi expandiu agressivamente a sua gama de produtos, incluindo a nova linha Redmi 13, para atender aos consumidores que procuram uma melhor estética. O seu sucesso deve-se à sua estratégia de marketing, estabelecendo-a como uma marca atraente para os jovens que entendem de tecnologia.
 
“Os consumidores africanos querem especificações mais elevadas em dispositivos de nível básico, especialmente em RAM e armazenamento devido ao aumento da digitalização e da utilização das redes sociais. Novas marcas estão a utilizar diversos produtos e parcerias para se estabelecerem em mercados específicos, enquanto os players estabelecidos procuram oportunidades de mercado inexploradas”, refere o relatório.
 
Oppo
 
Em quarto lugar está a Oppo, com 0,9 milhão de remessas e 5% de representação de mercado. Assim como a Xiaomi, a Oppo está em ascensão, pois em 2022 representou apenas 0,4 milhão das remessas e detinha apenas 2% em representação de mercado. O seu crescimento anual é de 156%.
 
O crescimento da OPPO é impulsionado principalmente pela expansão dos mercados de telemóveis em países de língua árabe, como o Egipto e o Marrocos.
 
Realme
 
Em quinto lugar surge a Realme, com 0,7 milhão de remessas e 4% em representação de mercado. A Realme está também a crescer, visto que em 2022 contribuiu apenas com 0,3 milhão em remessas e tinha 2% em representação de mercado. O seu crescimento anual é de 105%.
 
Outras marcas
 
As outras marcas contribuíram com 1,7 milhão de remessas no quarto trimestre de 2023, enquanto a sua representação de mercado manteve-se em 9%. Em 2022, as remessas foram estimadas em 1,2 milhão e a representatividade de mercado foi de 8%. O crescimento anual destas marcas é de 24%.
 
Apesar de não ter conquistado um dos cinco primeiros lugares, o relatório aponta que o notável crescimento de 371% da Huawei, particularmente impulsionado pela África do Sul, destaca o seu sucesso na oferta de uma vasta gama de telemóveis para atender eficazmente às diversas preferências dos consumidores. 
 
Futuro do mercado de telemóveis inteligentes em África
 
O documento afirma que a procura de telemóveis inteligentes nos países africanos continuará a aumentar, tendo sublinhado que “com os rendimentos disponíveis limitados em vários países, fornecedores, governos e empresas de telecomunicações enfrentarão agressivamente a acessibilidade dos telemóveis e os elevados custos da Internet através de soluções inovadoras”.
 
O relatório refere ainda que na África Subsaariana os governos e as operadoras estão a trabalhar para fornecer telemóveis 4G acessíveis, para aumentar o acesso à Internet. “Países como o Quénia e a Zâmbia estão até a criar fábricas de telemóveis para aumentar a acessibilidade”.
 
No entanto, observa, a África Subsaariana continuará a testemunhar desafios decorrentes de mudanças nas políticas governamentais em matéria de impostos e importações. Os fornecedores estão preocupados com o aumento dos custos de importação e com as flutuações cambiais que poderão afectar as margens de lucro em 2025.

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