O apelo foi feito em entrevista ao Portal de T.I pelo presidente do Angola Peering Forum (AOPF, na sigla inglesa), Darwin Costa, durante a 4ª edição do AOPF, que decorreu em Luanda de 8 a 9 de Dezembro. Segundo Darwin Costa, a adopção do novo protocolo de internet (IPV6) em Angola é oportuna, pois o contrário pode significar a nossa exclusão do ecossistema de Internet como o conhecemos hoje.
“É oportuno nesse momento que os provedores de internet em Angola comecem, pelo menos, a planificar a implementação do IPV6 nas casas dos usuários, de modo a garantir que os serviços que eles prestam aos consumidores finais estão preparados para a internet do futuro,” disse.
Darwin Costa lembra que África é actualmente o único continente que ainda mantém o IPV4 e alerta que “quando estes recursos se esgotarem, haverá a obrigação de saltarmos para o IPV6 e esta mudança será muito mais complicada para quem não tem as condições criadas para receber o novo protocolo”. Para o presidente do AOPF, a questão deve ser encarada com preocupação, pois muitos dos serviços utilizados actualmente funcionarão somente através do IPV6, logo, sublinha, se um operador de internet em Angola não tiver o novo protocolo implementado, os seus clientes não terão acesso a esses serviços.
“Há, por exemplo, o caso da Meta, que tem serviços como o Facebook, Instagram, WhatsApp e outros. Muitos desses serviços passarão a correr somente pelo IPV6 e, se um um operador cá em Angola não tiver o IPV6 implementado para os clientes, não terá acesso a muitos desses serviços. Este é o grande problema. E essa é a grande chamada de atenção que temos feito sempre, porque Angola tem espaço para crescimento”, referiu.
O IPV6 é a versão mais actual do protocolo de internet e ao contrário do seu antecessor, o IPV4, que possui uma limitação nos números únicos atribuídos, o novo protocolo não enfrenta esse problema. Actualmente, grandes sites como Google, Youtube, Amazon e Facebook, por exemplo, já funcionam por meio do IPV6. O presidente do AOPF salienta que ao consumidor final, não interessa se a versão do protocolo de internet em uso é o IPV4 ou IPV6, o que ele quer, refere, é apenas acesso à internet, por isso, observa, os prestadores destes serviços devem garantir este acesso contínuo.
“Se olharmos para as percentagens dos países vizinhos, não digo a Namíbia, mas o Congo Brazaville, por exemplo, já está a cima dos 3%, ou seja, vê-se progressão a nível percentual e percebe-se que algo está a ser feito para que isso melhore, o mesmo deve ser feito em Angola,” acrescentou.
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