Taxas continuam a dificultar a expansão dos serviços de pagamentos electrónicos

Taxas continuam a dificultar a expansão dos serviços de pagamentos electrónicos
A segunda edição do TechInsight reuniu nesta terça-feira (24) várias entidades ligadas ao sector de pagamentos, para analisar as tendências e desafios do sector e avaliar de que forma os sistemas de pagamento electrónico podem promover a inclusão financeira e impulsionar o crescimento económico do país.
 
Convidado a comentar os principais desafios para a expansão dos serviços de pagamento em Angola, o director geral da 5 Linhas, empresa detentora do aplicativo de pagamentos AKI, Denivaldo Neto, revelou ao Portal de T.I que as taxas representam o principal desafio.
 
Segundo o responsável, actualmente a principal missão dos operadores de serviços de pagamento é a inclusão das pessoas, e para a inclusão das pessoas nestes sistemas o maior concorrente é o dinheiro físico.
 
“As pessoas não pagam nada para guardarem o dinheiro no bolso e ao trazermos soluções tecnológicas estamos a trazer custos associados a isso. Este facto inibe as pessoas a adoptarem este tipo de soluções”, admite.
 
Denivaldo Neto traduz o desincentivo que as taxas impõem recorrendo ao exemplo da realidade diária de uma vendedora numa praça informal, que vende para ganhar 2 mil kwanzas de lucros no final do dia, o mesmo dinheiro que servirá para comprar a refeição da sua família.
 
“Ela não sentirá vantagens em entrar para uma plataforma que lhe impõe custos e que, por conta disso, ao invés de 2 mil kwanzas o seu lucro fica reduzido a 1.998 kwanzas, por exemplo, que já não lhe chega para comprar o jantar no final do dia”, explica.
 
O responsável apela por isso a uma maior sensibilidade ao nível das taxas por parte dos operadores, para que se possa trazer soluções que ofereçam mais vantagens às pessoas de modo que consigam multiplicar o seu dinheiro e “aí sim termos taxas adicionais na questão da multiplicação”.
 
Denivaldo Neto acredita também o equilíbrio entre os interesses dos utilizadores e dos provedores dos serviços de pagamento pode ser encontrado mediante a flexibilização de alguns custos operacionais e da liberalização das taxas de mercado por parte do regulador.
 
“O BNA, enquanto regulador, tem imposto tabelas de taxas a serviços como o levantamento de dinheiro, que eu acho que deve ser de alguma forma liberalizado para que o mercado se regule por si. E isso é que será o catalisador para garantirmos a maior expansão dos serviços”, disse.
 
O director geral da 5 Linhas aproveitou também o momento para anunciar que as transacções via KWiK na plataforma AKI estarão disponíveis ainda este ano tão logo a solicitação  de adesão submetida à EMIS seja aceite.

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