Tenho ideia de que a maioria das actividades administrativas estão “casadas” com o papel.
Recentemente estive numa unidade hospitalar de referência em Luanda e o processo de triagem (controlo epidemiológico Covid-19) se traduzia numa curta entrevista (nome, morada, telefone, contactos com grupos de risco, etc.) sendo as respostas anotadas em papel. Duas semanas depois, de regresso ao mesmo local, ao mesmo utente são feitas exactamente as mesmas perguntas.
A iniciativa é boa, mas o processo é manual, repetitivo e pouco inteligente na lógica de tratamento de dados.
Comecei a reflectir sobre os argumentos da tecnologia, e creio que existe a falsa ideia de que a tecnologia serve apenas processos super-complexos da indústria, e-business, espaciais, computação ou outros. Na verdade, o grande impacto da digitalização é nos processos do dia-a-dia.
“Tecnologia é aquele «je ne sais quoi» capaz de simplificar e tornar os processos mais eficientes”.
- Substituir o papel por uma folha de Excel já é tecnologia.
- Colocar um balcão eletrónico self-service para a triagem já é tecnologia.
- Desafiar jovens desenvolvedores angolanos ou universidades a criar uma app para gestão de triagens clínicas e hospitalares já é tecnologia.
Substituir o papel por tecnologia na triagem permite:Constituir base de dados, relatórios e estatísticas
• Constituir base de dados, relatórios e estatísticas
• Segurança da informação
• Histórico e tratamento inteligente de dados
• Eliminação de retrabalho
Parece-me claro que o melhor casamento para a saúde, não é com o papel, mas sim com a tecnologia, mesmo que seja um casamento por interesse. Tenho dito.