De acordo com o diretor do Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla inglesa), Christopher Wray, que falava nesta terça-feira (15) ao Comité de Segurança Interna da Câmara dos EUA, a China conseguiu extrair mais dados de empresas e entidades particulares norte-americanas do que todas as outras nações juntas.
“O vasto programa de hackers da China é o maior do mundo e eles roubaram mais dados pessoais e comerciais de americanos do que todas as outras nações juntas”, afirmou. Entre as principais preocupações do FBI relativamente ao gigante asiático está a rede social chinesa TikTok, detida pela ByteDance, a qual, segundo as autoridades norte-americanas, exige que cidadãos e empresas ajudem a recolher e a partilhar as informações obtidas dos utilizadores.
Christopher Wray, director do FBI – Créditos: D.R
“Eu diria que temos preocupações de segurança nacional, pelo menos do lado do FBI, sobre o TikTok”, disse o director, acrescentando que as preocupações incluem “a possibilidade do governo chinês utilizá-la para controlar a recolha de dados de milhões de utilizadores. Ou controlar o algoritmo de recomendação, que pode ser usado para operações de influência, se assim o desejarem. Ou para controlar o software em milhões de dispositivos, o que lhe dá a oportunidade de comprometer tecnicamente os dispositivos pessoais.”
A preocupação das autoridades norte-americanas em relação a rede social sediada em Pequim e que conta com mais de um bilião de utilizadores mensais (dados de 2021), não é nova. Entidades como o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o comissário republicano federal das comunicações, Brendan Carr, já abordaram a questão na mesma perspetiva, com este último chegando, inclusive, a pedir ao Google e à Apple a remoção do TikTok das suas lojas de aplicativos.
Em Outubro último, o TikTik negou as acusações levantadas contra si por um relatório da Forbes, o qual apontava que a ByteDance pretendia usar a rede social para monitorizar os cidadãos norte-americanos. Na altura, o TikTok classificou o relatório como desprovido de “rigor e integridade jornalística”.
1/ @Forbes‘ reporting about TikTok continues to lack both rigor and journalistic integrity. https://t.co/HYF16KezqS
— TikTokComms (@TikTokComms) October 20, 2022
Perante a Câmara, Christopher Wray observou que “há uma série de preocupações sobre o que realmente está a acontecer e o que realmente está a ser feito” sobre o TikTok estar ou não a partilhar informações dos utilizadores com o governo chinês, uma situação cujos detalhes, sublinha, permanecem desconhecidos.
Mao Ning, Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China – Créditos: D.R
Reagindo às declarações do director do FBI, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, rejeitou as acusações levantadas contra o TikTok, classificando-as como uma tentativa dos EUA desacreditarem “uma empresa chinesa capaz de competir com as gigantes Ocidentais”.
“Espalhar desinformação e usá-la para prejudicar as empresas chinesas tornou-se uma ferramenta essencial usada pelo governo dos EUA. A China é firmemente contra isso”, disse a porta-voz, instando os EUA a “agirem com mais responsabilidade e tomar medidas mais confiáveis, para respeitar e observar as regras internacionais que enfatizam a justiça, a abertura e a não discriminação”, declarou.
Já assistiu aos nossos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal clicando aqui !!!