A garantia é do director-geral adjunto do Instituto Nacional de Estatística (INE), Hernany Luís, que falava à margem da reunião do Grupo Técnico de Apoio à Comissão Multissectorial do Censo/2024, que durante três dias avaliou, na cidade do Cuito, Bié, a capacidade técnica e operacional para a realização do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH-2024).
Segundo o responsável, citado pela Angop, os resultados definitivos do Censo Piloto, que decorreu de 19 de Julho a 5 de Setembro deste ano, em sete províncias do país, apontam condições objectivas para a realização do Censo/2024 em formato digital.
O Censo Piloto, refere, colocou à prova os meios e recursos informáticos/tecnológicos com suporte à Internet. Ao longo do processo, os 470 agentes de campo, entre recenseadores e supervisores, nas sete províncias, 14 municípios e 14 comunas, usaram os conhecimentos sobre o Censo Piloto, essencialmente com recurso às tecnologias de informação e comunicação, tendo conseguido uma cobertura de 87,4% dos territórios abrangidos.
O processo obteve um nível de resposta aos questionários de 98, 9%, entre os agregados familiares, colectivos e dos sem-abrigo, num total de 36.552 habitações recenseadas. Por este facto, Hernany Luís garante haver condições técnicas e tecnológicas para realizar um censo 100% digital.
Para o efeito, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, integrante da Comissão Multissectorial para o Censo 2024, assegura a cobertura do sinal de Internet, mesmo nas zonas mais recônditas do país.
Entre os desafios registados no processo, o porta-voz apontou a actualização cartográfica, as dificuldades de acesso em algumas localidades e a cobertura do sinal de Internet. Segundo Hernany Luís, as “dificuldades existem sempre, em qualquer processo”, mas a heterogeneidade da Comissão Multissectorial permite ultrapassar, em tempo real, eventuais constrangimentos.
O Censo Piloto decorreu em 7 províncias do país, nomeadamente: Luanda, Bengo, Bié, Lunda Norte, Cuando Cubango, Uíge e Cunene, e procedeu à recolha dos dados de casos especiais, seguido da recolha aos agregados familiares. Esta intervenção foi realizada em 410 secções censitárias, correspondendo ao mesmo número de agentes de campo.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o processo permitiu testar as dificuldades relacionadas com a interpretação dos instrumentos de recolha (questionário), manuseio de tablet, resistência dos materiais e equipamentos, movimentação dos técnicos nas áreas de difícil acesso, intervenção das autoridades locais e tradicionais na sensibilização da população, e a compreensão do questionário por parte dos indivíduos nos agregados familiares.