A transformação digital em curso no país exige do mercado angolano uma capacidade crescente de resposta às necessidades dos consumidores finais. Este facto torna importante a existência de distribuidores de suprimentos tecnológicos capazes de atender a estas necessidades. Tendo isto em conta, estivemos à conversa com o CEO da Real Distribution of Great Technologies (RDGT) em Angola, Vitor Ferreira, para compreendermos o papel da RDGT no fornecimento de soluções de cadeia de suprimentos ponta-a-ponta para as diversas categorias de produtos de tecnologias de informação (TI) e estilo de vida digital.
Portal de T.I (PTI) — Obrigado por aceitar o nosso pedido e para falar ao Portal de T.I, senhor Vitor. Gostava de começar por compreender um pouco mais do seu negócio. Que serviços a RDGT fornece ao mercado angolano?
Vitor Ferreira (VF) – Bem, no modelo de negócio de IT há os clientes finais, que no caso são aqueles que consomem os produtos, e há a empresa fabricante. Ora, do fabricante até ao cliente final existe no meio aquilo a que chamamos “canal de venda”, onde encontramos o distribuidor, que é quem representa o fabricante cá em Angola, porque o fabricante não vende ao cliente final ou aos parceiros, e há o parceiro que vende aos clientes finais. Então, temos o fabricante, o distribuidor, o parceiro e o cliente final. O quê que nós somos em Angola? Somos o distribuidor.
PTI – Que fabricantes a RDGT representa em Angola?
VF – Somos o distribuidor de várias fabricantes em Angola e representamos algumas das maiores fabricantes cá, como a Dell e a Vertiv, por exemplo. A nossa função tem sido garantir, para já, que a tecnologia que as fabricantes têm possa estar disponível para os parceiros angolanos e este processo envolve tratar de toda a logística para trazer o material das fábricas deles até Luanda, seja por via aérea ou marítima.
Vitor Ferreira, CEO da RDGT – Créditos: Kinfumu Gaspar
PTI – Como é que a RDGT gere a crise que agora afecta quase que regularmente a cadeia global de suprimentos de materiais electrónicos?
VF – Os delays afectaram toda a tecnologia. Como sabes, houve a questão da Covid-19 e houve a questão de fábricas que entraram em colapso devido aos chips, e o problemas dos chips foi para todos, sejam telemóveis, computadores ou carros. E isso levou ao aumento significativo do tempo de produção, equipamentos que levavam uma semana a produzir, agora podem demorar dois meses ou três meses. Mas, isso é algo que não controlamos, é uma crise mundial. Ora, o que temos feito para colmatar um bocado isso é manter um estoque local, para que aquelas coisas mais básicas, como desktops, laptops, monitores, entre outros, estejam disponíveis aos nossos parceiros, de modo que estes possam obtê-los e vendê-los.
PTI – O facto de comprarem os produtos lá fora e em divisas influencia negativamente o vosso negócio?
VF – Olha, quem está nesse mundo de compra e venda deve sempre assumir estes riscos. O que acontece é que por conta deste risco, muita gente não quer vir para cá, ou seja, não quer assumir este risco. Mas, isto é o nosso negócio, tem que haver sempre um factor de risco senão não estaríamos cá. Sei que a questão cambial está a ser muito bem cuidada pelo BNA, e em qualquer país, não só em Angola, a flutuação cambial não depende só do que o país pode fazer. Por exemplo, temos agora a questão da guerra na Ucrânia, o preço do petróleo a subir e a descer, ou seja, por muito que o país consiga desenvolver as políticas certas, há sempre factores extra que não se conseguem controlar.
PT – Qual é a sua visão sobre o mercado de TI em Angola? É favorável para investimentos?
VF – Estou no mercado de IT em Angola há quase 20 anos, já fui responsável por uma multinacional americana cá, na mesma área em que actuo hoje, então conheço o mercado angolano e posso dizer que muita coisa já foi feita, mas ainda há muito por fazer também. Isto porque na tecnologia há sempre coisas para fazer, todos os dias há coisas novas. Eu acho que Angola é um bom mercado para se investir, o mercado de TI em Angola apresenta várias oportunidades, continua oportuno para investimento e por isso estamos cá.
Sobre a RDGT
A Real Distribution of Great Technologies (RDGT) é a representante oficial em Angola da gigante mundial da distribuição Redington. Fundada com capitais totalmente angolanos, a RDGT garante aos seus clientes a possibilidade de aceder a marcas líderes mundiais em diversas áreas de TI, tais como segurança, infra-estrutura, cloud, computadores, redes, etc. A RDGT é um novo player no mercado da distribuição de tecnologia em Angola, mas busca contribuir activamente no processo de transformação digital em curso no país, através do fornecimento de soluções de cadeia de suprimentos ponta-a-ponta para todas as categorias de produtos de Tecnologia de Informação, Telecomunicações e Estilo de Vida Digital.
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